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"É crime divulgar notícia falsa", alerta o presidente do TRE-DF

Por PATRICIA em 26/04/2022 às 05:57:18

Em relação às urnas eletrônicas, o senhor afirmou que acredita totalmente na segurança delas. É isso mesmo?

É isso mesmo. E alerto a população: nesses últimos anos, nós não tivemos nenhum caso de comprovação de urnas eletrônicas. Todos os trabalhos técnicos, investigações e perícias que foram feitas para apurar a qualidade da urna eletrônica, chegaram a conclusão que as urnas são absolutamente seguras, e é por isso que afirmo. Algumas críticas que estive vendo na imprensa sobre a segurança das urnas eletrônicas são demagógicas, mentirosas, contraditórias e infundadas. A técnica tem comprovado que não houve, até hoje, fraude em urna eletrônica.

O senhor acha necessário imprimir o voto, como algumas pessoas defendem?

Não vejo necessidade, porque o que temos é o suficiente para demonstrar a verdade das urnas.

Acha que quem perder as eleições pode usar esse argumento de suposta insegurança das urnas para contestar o resultado?

Pode alegar, mas vai ter que provar. Qual é a prova? Nós não temos até hoje. Em toda a história das urnas eletrônicas, não há nenhuma prova de que as urnas foram violadas ou fraudadas com o resultado da eleição. Não temos isso na história da Justiça Eleitoral. Quem alegar, vai ter que provar. A Justiça trabalha em cima de provas, e não adianta falar que houve roubaram, desviaram prova. Sem prova, isso não vale nada.

Os jovens de 16 e 17 anos, com voto facultativo, não estão muito empolgados com a eleição. Qual a análise do senhor?

Essa confusão política do país, essa contestação acaba atingindo o ânimo do leitor, principalmente do jovem. Ele fica decepcionado, quando liga a televisão e vê político falando abobrinha, o outro criticando; briga; conflito; e parece que não acaba nunca. Isso decepciona o eleitor, e talvez seja a principal causa da falta de estímulo da juventude que não procurou intensamente fazer o título de eleitor. Os jovens têm, até 4 de maio, a possibilidade de exercer o direito da cidadania. Nós precisamos dos jovens, e eles precisam participar da vida do país.

Como o voto é facultativo para menores de 18 anos, o jovem pode tirar o título e decidir lá na frente se quer ou não participar das eleições.

Sim. O jovem que participa está dando mais legitimidade para os políticos eleitos. Então o político vai saber que teve votos da juventude, e vai saber que os jovens estarão apoiando e querendo o trabalho do político, aumentando a responsabilidade dos eleitos. O Estado depende da juventude, e a juventude é o presente e o futuro do Brasil.

O que vai marcar a sua gestão?

Vai ser marcada pela honestidade, dignidade, seriedade e pela política de paz que quero implantar no Distrito Federal. Não quero política de briga, agressões. Queremos combater a violência política, e queremos que os políticos tenham consciência de quem tem responsabilidade, oferecendo o melhor para o DF. Eu falei para o ministro do Supremo Tribunal Federal, Edson Fachin, que a Justiça Eleitoral tem dificuldades, e às vezes você quer fazer alguma coisa e alguém diz: 'Não tem dinheiro, não tem funcionário', mas nós temos que fazer. Não podemos virar o tribunal da lamentação. Nós temos que fazer, principalmente as eleições, e realizar bem. Você já imaginou se alguém te dizer que alguém foi votar no colégio tal e não tinha urna para votar.

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Mas faltam recursos e servidores?

Sim, nós temos um quadro muito pequeno, e um orçamento muito reduzido no TRE-DF. Nós temos 368 funcionários trabalhando, e um orçamento de R$ 118 milhões, com R$ 10 milhões para gastar nas eleições do DF, e recebemos também R$ 8 milhões para o pagamento de despesas com as eleições no exterior, porque é o TRE-DF que organiza as eleições no exterior. Então, na realidade, aqui no DF, temos R$ 10 milhões para pagar todas as despesas. Muitas pessoas dizem: 'É muito pouco dinheiro, não vai dar', mas tem que dar, porque temos que fazer de qualquer jeito.

Esse dinheiro vai ser aplicado em que?

Em tantas despesas, como transportes de urnas, técnicos que vão fiscalizar todas as urnas, fazendo revisão, papel e alimentação. Tudo que você imaginar como despesa, esse dinheiro é aplicado para pagar essas despesas.

Os políticos, nessas eleições, têm à disposição R$ 5,4 bilhões no país para o fundo eleitoral. A Justiça Eleitoral está preparada para fiscalizar a aplicação desses recursos?

O TRE tem a obrigação de fiscalizar. Os políticos e os partidos terão que prestar contas após as eleições, com possibilidade de sofrerem sanções, ainda mais com tanto dinheiro público na campanha eleitoral. A nossa Justiça Eleitoral está atenta a tudo isso, porque queremos saber onde esse dinheiro foi aplicado, queremos transparência. Isso é dever dos candidatos e dos partidos, e o TRE-DF tem uma equipe muito preparada para fazer essa fiscalização.

*Estagiário sob a supervisão de José Carlos Vieira

Fonte: Correio Braziliense

Tags:   Entrevista
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