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"Nós vamos extinguir o Iges-DF", afirma o candidato ao GDF Lucas Salles

Por PATRICIA em 16/08/2022 às 06:15:15

O candidato ao Governo do Distrito Federal pelo partido Democracia Cristã, Lucas Salles, foi o sétimo entrevistado da série com os postulantes ao Palácio do Buriti realizada pelo Correio Braziliense. Ao CB.Poder — programa do Correio em parceria com a TV Brasília — Salles afirmou que um dos pilares de sua campanha será a saúde, com ênfase no atendimento ao idoso.  "A Saúde precisa de um choque de gestão, hoje a saúde tem um apagão", afirmou. O candidato adiantou que, se for eleito, irá acabar com o Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (Iges-DF), alvo de denúncias de corrupção. "O Iges não funcionou, não deu certo", avaliou. Por fim, Lucas Salles previu uma vitória do Democracia Cristã em Brasília. "Nos seremos a grande surpresa dessas eleições", disse o candidato na entrevista conduzida pela jornalista Samanta Sallum.

Lucas, você é professor universitário, da Paraíba — de Campina Grande. Está morando no Distrito Federal desde 2018, mas já tem uma atuação profissional no DF há muitos anos, é da área da comunicação, da administração. O que é que fez você se dispor a entrar nesse projeto de ser candidato ao governo local?

Eu tenho uma história, eu me converti, eu tive uma relação mais próxima, uma experiência mais próxima com Jesus Cristo em 2013. Mudei minha vida completamente. A gente começa a dar sentido mais às coisas, como você vê o mundo. E não é religião, não é igreja, embora seja batista — foi lá que eu me converti —, mas uma relação com o Espírito Santo, através de Jesus Cristo. Em 2020, eu sento à beira da cama e digo: "Senhor, envia uma mensagem para que eu possa lhe servir, uma missão para que eu possa lhe servir e servir as pessoas, agora que o Espírito Santo fale claramente o que o Senhor quer de mim, manda um sinal". Logo depois, eu recebo uma ligação do então presidente aqui do Democracia Cristã, que hoje eu sou o presidente do partido, mas ele me convida, que é o Ronaldo (Nóbrega). Ele diz que meu nome apareceu lá como pré-candidato ao Distrito Federal. Isso em 2020. Eu peço um tempo — eu já faço a ligação que para mim é um sinal —, mas eu peço um tempo, porque é uma decisão muito importante na sua vida, que exige coragem e fé, determinação. Então, eu falo com minha família, com filhos, prós e contras, e resolvo aceitar a missão. Por ser professor universitário, de pós-graduação em gestão pública, eu entendi que tinha de ter um projeto, que tinha de ter um modelo. Então, a gente nomeia, chama DF Melhor pra Todos esse plano. E, aí, a gente começa a conversar com as pessoas, há dois anos. A gente começa a levantar problemas para apresentar soluções. Por exemplo, na saúde. Uma das nossas propostas é o Hospital do Idoso. Por quê? Nasceu com a pandemia. Os idosos não tinham como serem recebidos na atual rede de saúde pública como ela está estruturada aqui no DF. Recursos nós temos: R$ 8,3 bilhões. Na saúde, o que falta é gestão.

Seria construir o Hospital do Idoso ou aproveitar alguma unidade? Quem acompanha a gestão pública vê que essas soluções de "vou construir" nem sempre são as melhores. A gente vê muitas obras sendo inauguradas — o prédio físico —, mas, depois, falta o equipamento, falta o servidor público, faltam os medicamentos. 

Nós vamos construir… A ideia inicial é ali contíguo ao Hospital de Apoio. Ali tem uma estrutura que dá para construir o hospital.

Seria uma ampliação do Hospital de Apoio?

Uma ampliação do Hospital de Apoio, com especialidade para geriatria. Onde o ser humano precisa de melhores cuidados? Quando ele nasce — pediatria você tem que ter. Então, você tem o Hmib, você tem que reestruturar, eu vou falar sobre isso — a rede de saúde. E quando você já está com mais idade tem que ter um acompanhamento especial, que é de geriatria. Então, você tem que ter médicos e profissionais especializados nessas duas áreas. E o idoso não tem. Mas para a saúde nós precisamos de um impacto maior, de um choque de gestão. A saúde hoje tem um apagão. Então, o que é que nós queremos? Nós queremos reestruturar a saúde fortalecendo a Secretaria de Saúde, dando governança, dando autonomia e, claro, trazendo os profissionais, valorizando esses profissionais da saúde. Os equipamentos, tudo bem que a gente tenha, mas, se você não tiver a medicação, que você falou, os insumos, a saúde não funciona. E há recursos para isso. Nós vamos estruturar a Secretaria de Saúde, dando condições para que a Secretaria de Saúde possa entregar melhores serviços, serviços de qualidade, dando transparência aos processos, às licitações. O que é que nós vamos fazer? Vamos fazer contratos temporários, há segurança jurídica para isso, e fazer os concursos paulatinamente.

Uma das medidas que você tomaria como governador seria extinguir o Iges-DF?

Sim, porque o Iges não funcionou, não deu certo. Na saúde tivemos cinco secretários e um deles preso, até o momento que estamos vivendo. Por isso, as pessoas querem mudança, com um sentimento de mudança. Mas não podemos mudar de qualquer jeito, vamos fortalecer a Secretaria de Saúde.

Como fortalecer a Secretaria de Saúde?

Você dando condição de autonomia para o secretário, que não tem. Somos o único partido que tem dois compromissos, com Deus e com o povo do Distrito Federal. Nós não temos rabo preso com nada que nos impede de fazer o que estamos prometendo. E o importante é que isso aconteça. Nós estamos falando de eficiência pública. Esses serviços nunca vão chegar a quem precisa. Tem uma coisa que existe na iniciativa privada, que é colocar o cliente no centro e você pensar nos serviços para ele. Nós temos que fazer isso na gestão pública, colocando o ser humano no centro e aí você pensa de acordo com as necessidades de cada lugar. As necessidades de Sobradinho são diferentes das necessidades do Plano Piloto. Então, a gente pensa o ser humano e o local onde ele está. Aí, você manda recursos para isso e cria serviços para que as pessoas possam dar retorno sobre isso. Nós vamos ter o DF na Palma da Mão. É um aplicativo fácil de navegar e você vai falar se o serviço chegou com qualidade. Vamos dar autonomia para os diretores dos hospitais e das UPAs, a gente tem que deixar mais transparente e mais fluido.

Para contextualizar, seu partido é do José Maria Eymael, que está pela sexta vez como candidato à Presidência e que ficou muito popular. Apesar de não ter tido votos expressivos, ficou conhecido pelo jingle. Como é o conceito de Democracia Cristã? Porque compromisso de vocês é com Deus e com a população, e, no seu plano de campanha, vocês pregam que querem construir um Brasil só para todos os brasileiros. A sociedade é muito diversa, não composta apenas por cristãos. Como vai ser governar uma população diversa?

É a nossa Constituição. Respeito mútuo é lugar de todos os brasileiros. Tenho amigos que são islâmicos, tenho amigos ateus. O Brasil é rico demais, nós todos somos diferentes. Da mesma forma que a diversidade do Pantanal e da Amazônia é linda, a da sociedade também é, só o Brasil tem isso. Ninguém fala isso, temos o complexo de vira-lata, fomos educados para achar que não. É a capital da esperança, de todos os brasileiros. O Brasil tem uma riqueza étnica. O Democracia Cristâ surgiu no pós-guerra, na Alemanha — nasceu na Itália, mas na Alemanha ganhou corpo para reconstruir aquele país. Ele foi criado em cima dos valores cristãs. Tem três pilares: solidariedade, liberdade e justiça. Garantimos um estado laico. Eu respeito todas as manifestações religiosas e culturais. Nós vamos vencer, vamos ser as grandes surpresa dessas eleições.

O presidente do seu partido, Eymael, deu uma entrevista dizendo que o maior rival do campo político de vocês é o Lula e o PT. Você participou da campanha do presidente Jair Bolsonaro quando ele foi eleito, trabalhou na área de marketing. Como você se situa, no momento, e porque não está com Bolsonaro, já que você já esteve com ele?

Eu sou pré-candidato ao Democracia Cristã e estou aqui com as pessoas que estão andando comigo, os pré-candidatos a deputado distrital, federal. Tenho que falar da nossa vice-governadora, Suelene Balduíno. Foi professora do fundamental durante 25 anos e aposentou este ano da rede pública de ensino. Na educação ela vai ser fundamental na orientação e ajuda aos servidores. Vamos dar apoio a esses servidores maravilhosos. E também tem o nosso senador tenente-coronel Souza Junior, que é policial militar e foi comandante do quartel do meio ambiente e tem várias graduações, tem uma história toda. As pessoas que estão andando com a gente, eu convido vocês a conhecer a gente.

Voltando à questão, Lula ou Bolsonaro?

Nós temos um posicionamento claro, centro-direita, mas sempre com equilíbrio. Sou conservador, deixo isso claro. Eu penso que o PT já deu contribuição ficando 13 anos no poder. Precisamos de algo novo e que aponte outros horizontes. Eu voto no primeiro turno no Eymael e espero que ele esteja no segundo turno para votar com ele. E, se não estiver, é claro que vou votar nesse campo que eu já estou, com coerência e trabalhando anos da minha vida. Então, o que penso está muito claro, o meu posicionamento é patente a isso, muita coerência como tudo na minha vida, como eu ajo. Porque tem muita gente falando em Deus e poucas pessoas fazendo o que Deus quer. Eu procuro saber a vida de cada um, a história de cada um, como as pessoas se relacionam. Ou a gente governa ou é governado, ou a gente legisla ou alguém legisla pela gente. Então, é importante que cada vez a gente possa apurar a nossa seleção de nossos governantes e parlamentares. E é esse projeto que fizemos ao longo de dois anos para construir o DF Melhor pra Todos. São as 27 diretrizes e algumas propostas como Hospital do Idoso e uma creche inovadora, que eu participei da implantação, durante oito anos, que é o projeto Nova Semente, no interior de Pernambuco, sem tantas condições como o DF tem. O DF fala para o Brasil e fala para o mundo. A nossa gestão vai ser modelo para o Brasil e para o mundo. Então, o Nova Semente vai se chamar Criança do Futuro. Como é? É um projeto pedagógico de ensino e aprendizagem, uma parceria público-privada, porque, com os pais trabalhando tranquilos, nós temos maior produtividade. Essas crianças entram às 7h da manhã e sairão às 18h, cinco refeições por dia. As cuidadoras serão as mães das comunidades. Vamos qualificar as mães da comunidade para que elas tenham salários. Os produtos vamos comprar dos pequenos comerciantes das cidades.

O que diferencia sua candidatura e dá segurança aos eleitores?

Nós só temos dois compromissos, com Deus e com o povo. Eu desafio outro partido que tenha esses dois compromissos. Nós temos independência e autonomia para fazer o que estamos propondo. E temos um projeto construído por técnicos, com apuro, embasado em gestão pública. Vamos remodelar esse modelo que está colocado no Distrito Federal, que é moroso, que é obsoleto, que fica aberto a desvio. Vamos buscar transparência, buscando eficiência administrativa, e temos condições para fazer, porque temos o compromisso com Deus e com o povo. Só nós temos isso. É essa a diferença. E outra coisa, pessoas idôneas para fazer — eu, pastor Edson Balduino, tenente-coronel Souza Júnior, as pessoas que estão andando com a gente e você (eleitor), que quer o melhor para todos, um novo DF de verdade acontecendo com todos e sempre com Deus.

*Estagiário sob a supervisão de Malcia Afonso

 

 

Fonte: Correio Braziliense

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