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Série Ouro: 8 escolas abrem nesta sexta-feira a disputa por uma vaga no Grupo Especial

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Por PATRICIA em 09/02/2024 às 00:11:27

Primeira noite terá Parque Acari, Império da Tijuca, Vigário Geral, Inocentes de Belford Roxo, Estácio de Sá, União de Maricá, Acadêmicos de Niterói e Unidos da Ponte. Veja os enredos e as letras dos sambas. Lia de Itamaracá comemora 80 anos em 2024

Ytallo Barreto/Divulgação

Oito escolas de samba abrem nesta sexta-feira (9), a partir das 21h, na Marquês de Sapucaí, a acirrada disputa pela única vaga no Grupo Especial em 2025. Muitas delas, inclusive, já estiveram na elite do carnaval do RJ.

A 1ª noite terá Parque Acari, Império da Tijuca, Acadêmicos de Vigário Geral, Inocentes de Belford Roxo, Estácio de Sá, União de Maricá, Acadêmicos de Niterói e Unidos da Ponte.

Já no sábado (10) virão Sereno de Campo Grande, Em Cima da Hora, Arranco, União da Ilha, Unidos de Padre Miguel, São Clemente, Unidos de Bangu e Império Serrano.

Músicos do Ilê Aiyê, bloco afro mais antigo do país

Reprodução/Redes Sociais

União do Parque Acari

A Amarela, Rosa e Branca da Zona Norte do Rio vai homenagear o Ilê Aiyê, o 1º bloco afro do Brasil, que em 2024 completa 50 anos.

Ilê Aiyê, 50 anos de luta e de resistência

Compositores: Jorginho Moreira, Alexandre Reis, Márcio de Deus, Professor Laranjo, Gigi da Estiva, Binho Araújo, Jr. Professor, Madalena, Odmar do Banjo, Raphael Krek e Telmo Augusto.

O brilho do luar africano

Ilumina a brancura da paz

Na sagrada Bahia

Nação herdeira dos ancestrais

Negritude, joia do saber

Na visão do bem querer, a liberdade

Por igualdade contra o ato vil

Nasce o primeiro bloco afro do Brasil

O mais belo dos belos, tem o seu valor

É resistência do carnaval de Salvador

Ajeita o "black", o rastafári, as tranças vão "bailar"

E veste a bata colorida pra lutar

Senzala de barro preto, carregada de axé

Firma o ponto pros voduns... a fé

Desce a Ladeira do Curuzu

Abençoado por mãe Hilda Jitolu

Entoa o canto sideral

Cinquenta anos de legado cultural

Ê, Deusa do ébano, é noite da beleza negra

No Rio de Janeiro ressoa o tambor

Pro orgulho de vovô

Que bloco é esse? Lindo de se ver

Não me pegue não, deixe eu curtir o Ilê

Canta, Parque Acari, meu maior tesouro

Cintilar teu pavilhão, é ouro

Vem no toque do ijexá, hoje vai ter xirê

Pra homenagear o bloco Ilê Aiyê

Império da Tijuca

A Verde e Branca da Tijuca vai homenagear em vida a cantora Lia de Itamaracá, que mês passado completou 80 anos.

Sou Lia de Itamaracá, cirandando a vida na beira do mar

Compositores: Eduardo Katata, JC Couto, Henrique Badá, Ferreti da Ponte, Sérgio Gil, Gilsinho Oliveira, Gabriel Machado Charuto e Gabriel Cascardo Gavião.

Salve as Iabás, ora ie ie ô

Saluba Nanã, odociabá

Sou a ciranda, tenho a melodia

E moro na Ilha de Itamaracá

Salve as Iabás, ora ie ie ô

Saluba Nanã, odociabá

Povo do Samba, eu me chamo Lia

Trago a poesia desse meu lugar

Vim aqui me apresentar

Sou filha das águas mulher guerreira

A inspiração vem do mar

Com as ondas na branca areia

A brisa sopra mais forte

Na cana e nos coqueirais

Lua prateia serena

Nos rios e manguezais

Pulsa minh'alma de artista

No folclore do meu chão

O tom e as cores da ilha

Vivem na minha canção

Cirandeiro ah, cirandeiro ê

Rainha Preta, a voz que tem poder

Cirandeiro ê, cirandeiro ah

Entra na roda vamos cirandar

Reis e Rainhas na lida ao Sol

Ganham a vida com próprio suor

Salve a padroeira, as festas, a pesca e a paixão

Tempero e sabor, mainha deixou

Herança pro meu dia a dia

A minha folia é lembrada

No Galo da Madrugada

E no carnaval sou estrela

Meu colorido é axé

No Império da Tijuca

Minha emoção faz tremer a Avenida

Sou a negritude, a música

E a cirandeira tão querida

São João de Maracanaú, no Ceará

Reprodução/TV Globo

Acadêmicos de Vigário Geral

A Tricolor vai cantar a cearense Maracanaú, famosa pelos festejos de São João e por ter dois padroeiros, São José e Santo Antônio.

Maracanaú: bem-vindos ao maior São João do planeta

Compositores: Tem-Tem Jr., Silvana Aleixo, Junior Fionda, Romeu Almeida, Jefferson Oliveira, Valtinho Botafogo, Marcus Lopes, Marcelinho Santos, Rafael Ribeiro, Sérgio Augusto de Oliveira Junior e Edu Casa.

A fé guia o povo nordestino

Entre a cruz e o destino sou fiel e pregoeiro

Rezo a dois santos e vagueio o assunto

E te juro de pés juntos que tenho dois padroeiros

Eles conversam entre si por nossa gente

Santo Antônio eloquente e o justo São José

Um diz, não haver beleza igual

E o outro conta a força da nação original

Foi minha terra batizada pelo santo

Onde a mangueira tem a força da raiz

A identidade cultural e popular

Onde o tronco Ceará, ergue as folhas do país

E segue o papo entre lendas e risadas

Leva medo à criançada, mas é pura ilusão

Chega o progresso pelos trilhos anda o tempo

Ganha em desenvolvimento e industrialização

Forrozeiro ê! Sob a lua prateada

Minha vida enfeitada pelas fitas do meu céu

Forrozeiro ê! Minha amada é meu par

Do maior dos arraiá

Vai meu samba em cordel

Quando a noite cai reluz o Cruzeiro do Sul

Brilha Maracanaú! Poesia regional

Vigário Geral vestida de emoção,

De sanfona e zabumba vem louvar a São João

Vendedor pendura camisas da Seleção Brasileira no Camelódromo da Uruguaiana, no Centro do Rio

Marcos Serra Lima/g1

Inocentes de Belford Roxo

A Inocentes vai exaltar a importância dos camelôs, na história e na vida do brasileiro, desde a colonização, quando foi retratado pela primeira vez nas pinturas do artista francês Jean-Baptiste Debret ao emoldurar cenas das ruas do Rio de Janeiro.

Debret pintou, camelô gritou: 'Compre 2, leve 3!' Tudo para agradar o freguês!

Compositores: Cláudio Russo, Thiago Brito, Zé Luiz, Chico Alves, André Felix e Altamiro.

Debret debruçado na janela

Viu a preta de Benguela

Ensaiando o pregão

E veio pelo mar trazendo tinta

Pra João gritar da Quinta

Vai cumprir sua missão

Nos traços o trabalhador de ganho, ô ô ô

E a Negra Mina quituteira

Na esquina da oferta e do barganho

Bailava o pincel que deu Bandeira

Mercador evoluiu

Foi ao cais do Guajará

Num modelo de Brasil

Pra vender e pra comprar

Pôs barraca, fez a feira

O patrão pirou de vez

Da Pavuna a Madureira

Pague dois e leve três

Oi moça, leva sem caroço a bela uva

Papo reto não faz curva

Já gritava o camelô

Com 7 ervas faz um bom defumador

Em apenas quatro dias

Traz de volta o seu amor

Ambulante tudo tem

No trem que sai da central

No vai e vem da Uruguaiana

Tem pirata e original

Eu fui pro informal

Por falta de oportunidade

A margem da sociedade

Mas se deixar eu me vender (vender)

Na luta desigual

Mostro minha qualidade

Palestro na universidade

Viro dono de TV

Você não vai comprar a minha alegria!

Eu não dou colher de chá nessa mercadoria

Misturei cinco sementes, aguardente e colorau

A receita da Inocentes pra ganhar o carnaval

Estácio de Sá

O Leão parte de Maria Conga e Vovó Cambinda para homenagear as religiões afro-brasileiras.

Chão de devoção: orgulho ancestral

Compositores: Marquinhos Beija-Flor, Telmo Augusto, Bárbara Fonseca, Guilherme Karraz, Dilson Marimba, Tinga, Diego Nicolau, Thiago Daniel, Filipe Medrado, Magrão do Estácio, Cláudio Russo, Julio Alves, Adolpho Konder e Fernando Hackme.

Kianda! Mwana ya sanza!

Livres feito o vento da costa africana

Odara, meu berço é ilê de preto

Quilombo, resistência, gueto

Orgulho ancestral

Clamor de liberdade nas savanas

Em meio à tambores, canto e dança

A noite sombria roubou toda a paz

E a escravidão deixou de herança

Ô ô ô ô ô, ô ô ô ô, ô ô ô ô

Segue o tumbeiro

Segue o tumbeiro no mar

Vida não é cativeiro, cativeiro não é lar

Não me fale de corrente, nem tampouco travessia

Eu só sei que gente é gente e não é mercadoria

Chegaram e plantaram nesse chão

Imensidão de cultura e memória

Saberes e sabores de candura

Bravura que ficou na história

Baixam nos terreiros de umbanda

Pra vencer demanda com a luz de Oxalá

Às pretas velhas, mães de todo estaciano

Um batuque africano e uma vela no gongá

Vovó Cambinda, chama Vó Maria Conga

Vovó Cambinda, chama Vó Maria Conga

A Estácio tem mandinga, a Estácio tem mironga

Traz o coité, o cachimbo e o patuá

Adorê às almas, mizifio, saravá!

Guaracy Sant'anna, o Guará, autor de sambas marcantes, como "Sorriso Aberto", "Problema Social" e "Singelo Menestrel"

Reprodução/TV Globo

União de Maricá

A escola da Região dos Lagos exaltará vida e obra de Guaracy Sant'anna, o Guará, autor de sambas marcantes, como "Sorriso Aberto", "Problema Social" e "Singelo Menestrel".

O Esperançar do Poeta

Compositores: Rafael Gigante, Vinicius Ferreira, Junior Fionda, Camarão Neto, Victor do Chapéu, Jefferson Oliveira, Marquinho Abaeté e André do Posto 7

Neguinho, vadio, vagabundo

Sou muito mais que isso

Posso ser o que quiser

Talento, pé descalço, corre mundo

Todos que me excomungaram

Tem que aplaudir de pé

No meu barraco, luxo é ter educação

Saúde, boa prosa, um prato de feijão

Progresso é feito pelos meus iguais

Você sabe quem é quem quando vem os temporais

Logo eu, de viola em bandoleira

Entre tantas saideiras

Com o meu sorriso aberto

Logo eu, filho da simplicidade

Faço da comunidade o paraíso certo

Caneta e papel, um sonho revel

Não ser mais um problema social, meu irmão

Pra ganhar o pão, compus meu destino

Nos versos do reverso mundo cão

Iluminados pela lua de Ogum

Nós somos muitos, mas não somos "qualquer um"

No esperançar do menestrel

Vai meu desejo febril

Sou eu mais um Guará desse Brasil

O amor venceu pelos Guarás desse Brasil

Escrevendo à luz de velas, operário da canção

Construindo a poesia que edifica o coração

É o povo no poder com orgulho de falar:

Maricá é meu país! Meu país é Maricá!

Mestre João Batista Farias esteve à frente do 2º Terno de Catopés Nossa Senhora do Rosário por 46 anos, em Montes Claros

Secretaria de Cultura/Arquivo Pessoal

Acadêmicos de Niterói

A Azul e Branca vai trazer a cultura dos catopês, grupo folclórico que se expressa nas congadas. São comuns no norte de Minas Gerais.

Catopês – um céu de fitas

Compositores: Junior Fionda, Tem-Tem Jr., Júlio Pagé, Rod Torres, Marcelinho Santos, JB Oliveira, Marcus Lopes, Gilson Silva, Edu Casa Leme e Richard Valença.

Sagrado tambor de fé (Ô! De fé)

E de enfrentar maré!

Brada seu vissungo

Africano chão fecundo

Que o escravo ganhou mundo

Pra louvar seus ancestrais

Trouxe de Angola

Resistência quilombola

E rompeu a dor da argola

Pelas bandas das Gerais

Bota preto Benedito no altar

Que não tem mais capiongo não

Reina o Congo sem calvário

Para a virgem do Rosário

Fiz a minha oração

Céu de fita! Chão de terno

No estandarte brilha eterno

A divina santidade

Vela acesa, dor curada

Tem caboclo e marujada

Pelas cores da saudade

Toca o sino da igrejinha e a cidade se agita

Dançam corpos feito pipas pra Nobreza coroar

Se o cortejo emudece, em silêncio

Mestre Zanza pra provar que a Intolerância

Não merece o meu cantar

Arreda minha gente!

Arreda do caminho

Que lá vem Nossa Senhora

Vem trazendo seus anjinhos

Tem desfile em romaria a negrura enfeitada

Santo Rei do meu legado

Vem fazer sua congada

Niterói em louvação

Faz a manifestação

Ganha a rua o som do preto

Vem trazer a batucada

Sou das Minas peregrino

O milagre a se mover

Oiá lá oia eu tô

No cortejo do Catopê

Dendê faz parte da gastronomia ancestral

Solange Borges/Arquivo pessoal

Unidos da Ponte

A escola de São João de Meriti vai falar do dendê, cujo azeite dá o tom a tantas receitas baianas, como o acarajé.

Tendendém, o axé do epó pupá

Compositores: Junior Fionda, Tem-Tem Jr., Carlos Kind, Léo Freire, Vitor Hugo, Léo berê, Marcelinho Santos, Jefferson Oliveira, Alexandre Araujo e Valtinho Botafogo.

Epô Pupá!

Derrama no candeal

O axé do bambuzal

Afefé de Eruexim

Igi opê – a faísca do Ayê

Dá caminho no padê

Revelado nos Ikins!

Negrume

Ajeré de mandingueiro

O suor do moendeiro

A bravura do pilão!

É lume, alforria besuntada

Na Bahia carregada

De tempero e louvação!

Ê capoeira, ê, meu Ogum!

Sou o ponto dobrado no rum

Berimbau e agogô

Saravá Tia Baiana

Do tabuleiro de acarajé!

Vento que entornou

A palma de Guiné

Yá é quituteira em São Joaquim da Feira

Faz ganho do atiço

Do vento do Pelô à Praça da Matriz

Aavora do feitiço!

Oferenda ao meu santo

Samba que desata o nó

Tira o fardo do quebranto

E demanda no Ebó!

Caruru, sarapatel

Omolocum pra ter o mel!

Amalá ao justiceiro

Preto quando enfrenta a dor

Fere o coro do tambor

Pisa forte no terreiro!

Exu obá, laroyê!

É a Ponte sem quizila

Na mandinga do dendê!

Como se calcula a data do carnaval?

Fonte: G1

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