Feiras rurais apresentam soluções e técnicas de olho no futuro

Produtos e iniciativas visam aumentar a produtividade e a qualidade no campo. Feiras rurais de olho no futuro

Uma feira capaz de movimentar milhares de pessoas com a mesma intenção: ver as novidades e buscar mais informações - é o que indicam visitantes que passam pela edição de 2024 do Show Rural, em Cascavel.

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O "gostinho de futuro" proporcionado pelas feiras de agronegócio está presente, por exemplo, no trator de carga 100% elétrico. O modelo que já teve um tanque à diesel agora é movido a baterias recarregáveis. O projeto, ainda em teste, é de alunos da Engenharia Agrícola da Unioeste, de Cascavel.

O professor da Unioeste, Flávio Gurgaz, explica que se trata de uma busca por sustentabilidade: "O produtor poderá ter como projeto futuro uma estrutura de painéis solares dentro da propriedade para fazer a carga da bateria. A gente deixa o sistema mais sustentável e o produtor menos dependente da importação de petróleo, de todo esse mercado que é dependente de produtos externos."

A sustentabilidade como caminho é ainda melhor quando o lucro vem de mãos dadas. É isso o que promete a "lavoura de carne". A ideia é que a pecuária seja planejada, assim como a agricultura.

"A gente faz a pecuária nos conceitos da agricultura de precisão, potencializando todos os recursos forrageiros da propriedade, aqueles que existem ou aqueles que a gente implanta. A gente começa a focar não só no resultado do boi, mas no resultado do hectare ou do alqueire", explica o médico veterinário Eduardo Madrugada.

Eventos apresentam soluções e técnicas em busca de maior qualidade e aumento da produtividade no campo

Reprodução/RPC

Na feira, o conceito costuma ensinar quando a prática é visível. Piquetes com base forrageira de milheto e praça de alimentação pros bovinos, com cocho coberto para suplementação e bebedouro. No local só faltaram as árvores, já que a sombra também faz diferença para uma produção de qualidade, segundo os responsáveis, que se reverte em faturamento.

"Quando se fala em hectare, a média brasil é de três a quatro arrobas produzidas por ano. Dentro dos projetos 'lavoura de carne', a gente tem conseguido obter 30 a 50 arrobas produzidas hectare/ano. Quando se fala no alqueire, estamos falando em produzir 40 arrobas a cada seis meses ou cem arrobas, em média, a cada doze meses. Estamos falando de um faturamento extremamente importante, de 25 mil reais por alqueire para investimentos de dez, doze mil reais", detalha Eduardo.

A qualidade dos alimentos de origem animal que chegam às mesas é reflexo das práticas de produção ainda no campo. Nesse sentido, os 'aditivos alimentares' podem também ser boas estratégias no trato dos animais.

"A gente pode citar como exemplos os minerais orgânicos, as vitaminas, os adsorventes - que são aditivos que ajudam no controle de substâncias e favorecem o crescimento dos animais para uma melhor saúde, melhor desempenho. Esses aditivos têm essa função de complementar a ração e favorecer o crescimento animal", conta o médico veterinário Fabricio Imperatori.

O crescimento só é possível com boa saúde. Na pecuária leiteira, por exemplo, a mastite - que é uma inflamação mamária - é considerada uma doença que causa grandes prejuízos, reduzindo quantidade e qualidade do leite. Mas, já tem tratamento que promete eficácia, com valor mais baixo, do que o de medicamentos industrializados.

"A homeopatia é uma técnica, uma forma de você tratar os animais. O custo em relação ao tratamento químico fica de 30 a 50% mais barato, dependendo de onde você busca a homeopatia", expõe o técnico em agropecuária Ronaldo Fochesatto.

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